Lula sanciona sem vetos projeto da ''reciprocidade''; lei permite dar resposta a tarifaço de Trump

Lula sanciona sem vetos projeto da ''reciprocidade''; lei permite dar resposta a tarifaço de Trump

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou sem vetos, nesta sexta-feira (11), a lei que permite ao Brasil responder com sanções comerciais a países que não mantenham uma relação de isonomia econômica, chamado de projeto da reciprocidade.

É uma resposta aos anúncios de taxação feitos pelo líder dos Estados Unidos, Donald Trump.

O chamado projeto da Reciprocidade, originalmente, tratava de equiparar exigências de controle ambiental, mas também cria barreiras econômicas para outros países ou blocos que afetem a competitividade brasileira no exterior.

O texto foi aprovado por 70 votos a 0 no Senado e de forma simbólica na Câmara, neste mês, indicando uma união entre governo e Congresso no tema.

Com a sanção, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério de Indústria e Comércio terá poderes para suspender concessões comerciais e de investimentos em resposta a países ou blocos econômicos que impactam negativamente a competitividade dos produtos nacionais.

A Camex também poderia adotar medidas de restrição às importações e suspender concessões, patentes ou remessas de royalties, além de aplicar taxações extras sobre os países a serem retaliados.

Pelas regras de hoje, o Brasil não pode aplicar tarifas unilateralmente a um país, o que poderia dificultar a resposta a Trump — se essa vier por meio de retaliação.

Em paralelo com o avanço do projeto, negociadores brasileiros e americanos já se reuniram quatro vezes, e há outras conversas programadas, para um acordo que tire o Brasil da linha de frente da guerra comercial deflagrada por Donald Trump.

As prioridades são a taxação em 25% sobre o aço e a aplicação de tarifas recíprocas pelos EUA contra o Brasil.

Integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliam que, diante da falta de perspectiva em torno de um entendimento a curto prazo, não se pode descartar a possibilidade de a Casa Branca optar por uma tarifa linear. Ou seja, que atinja todos os bens da pauta de exportações do Brasil.

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