Maior peixe-leão do mundo é capturado em Noronha; conheça a espécie, considerada superpredadora

Maior peixe-leão do mundo é capturado em Noronha; conheça a espécie, considerada superpredadora

 

Com 49 centímetros, o maior peixe-leão do mundo foi capturado na Ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco, no final de fevereiro. O recorde foi divulgado nesta semana pela empresa Sea Paradise, parceira do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O tamanho no animal gerou um alerta entre os especialistas, já que indica a expansão da presença da espécie no arquipélago. 

Além disso, o recorde também aponta para a alta disponibilidade de alimentos para o predador, o que pode comprometer de forma significativa a biodiversidade local. 

Com alta taxa reprodutiva, o peixe-leão é capaz de liberar até 30 mil ovos por vez. Além disso, a espécie é superpredadora e pode consumir até 20 peixes durante 30 minutos. 

A espécie invasora é originária do Indo-Pacífico e foi identificada no Brasil pela primeira vez em 2014. Já em Fernando de Noronha, o primeiro registro foi em 2020. 

“Isso representa que os peixes-leão em Noronha estão realmente crescendo muito porque eles têm bastante presa, entre os alimentos estão os peixes locais. Então, isso é bem preocupante, devido aos impactos que eles podem causar na biodiversidade de Noronha”, afirma o coordenador do Projeto Conservação Recifal, Pedro Pereira. 

Noronha realiza manejo da espécie
Apenas em 2025, cerca de 200 capturas de peixe-leão já foram realizadas no arquipélago. 

Na última operação, no dia 9 de março, foram encontrados 61 peixes-leão em um único mergulho.

Chefe do ICMBio em Fernando de Noronha, Lilian Hangae destacou a importância da capacitação de mergulhadores para ampliar o controle da espécie na ilha.

“Nossa equipe de pesquisa do ICMBio-Noronha realiza capacitações para o manejo do peixe-leão. Temos que lutar contra esse invasor. O mergulhador que vier trabalhar em Noronha deve procurar o ICMBio para ser capacitado e auxiliar na conservação da biodiversidade marinha”, reforça. 

Para facilitar a remoção do peixe-leão, um voluntário da área de pesquisa com foco na pesca está disponível diariamente no Porto Santo Antônio, das 10h às 18h, com um equipamento especializado (zookeeper) para armazenar os exemplares capturados.

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