A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, oficializou sua filiação ao PSD nesta segunda-feira (10), em evento realizado no Recife Expocenter. Em seu discurso, a ex-tucana destacou que a mudança de partido foi resultado de um processo natural e não apenas uma decisão circunstancial.
"Quero dizer que quando a gente chega aqui nesse momento, a filiação ao PSD acontece de maneira natural. Essa filiação acontece a partir de um processo natural de maturação e construção coletiva no entendimento de que sou muito grata a todos aqueles que colaboraram para que eu pudesse estar aqui durante a minha trajetória pessoal, política, da minha família, dos amigos, do PSDB, que me abrigou por duas vezes como candidata à prefeita e prefeita eleita de Caruaru e também como candidata à governadora e governadora eleita do nosso Estado", disse Raquel Lyra.
A governadora destacou os nove anos de PSDB como um período de "crescimento pessoal, político", mas destacou que "chegou a hora de mudar". "Essa mudança não se trata de uma aliança de ocasião, mas de uma aliança de propósito", afirmou.
Liderança
Além da filiação, Raquel Lyra assumiu a presidência do PSD em
Pernambuco, sucedendo o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula.
O evento contou com a presença do presidente nacional da sigla,
Gilberto Kassab, que exaltou a governadora e projetou seu futuro
político.
"Raquel Lyra se reelegendo governadora vai trazer muito orgulho pra Pernambuco. E no dia seguinte, o Estado vai começar a sonhar com a hipótese de Raquel Lyra se tornar presidente da República", afirmou Kassab.
A filiação reforça a aproximação da governadora com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já que o PSD integra a base governista no Congresso. O evento contou com a presença de ministros da legenda, como Alexandre Silveira (Minas e Energia) e André de Paula, além da vice-governadora Priscila Krause (PSDB), o ex-deputado federal Daniel Coelho (PSD), a prefeita de Olinda, Mirella Almeida (PSD), o prefeito de São Luís, no Maranhão, Eduardo Braide (PSD), as senadoras do Piauí Jussara Lima (PSD-PI), do Maranhão Eliziane Gama (PSD-MA) e do Rio Grande do Norte Zenaide Maia (PSD-RN) e o senador do Amapá Lucas Barreto (PSD-AP). O ex-governador João Lyra, pai de Raquel, também foi convidado publicamente a se filiar e aceitou o convite.
Cenário
A saída de Raquel Lyra do PSDB ocorre em um momento de reconfiguração do
cenário político em Pernambuco. O comando da sigla no Estado pode ficar
com o presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto, que tem se
aproximado do prefeito do Recife, João Campos (PSB), o que pode levar o
partido a se tornar adversário da governadora em 2026.
Por outro lado, a vice-governadora Priscila Krause ingressou no PSDB e assumiu a presidência da federação Cidadania-PSDB em Pernambuco, garantindo que a sigla continue alinhada ao governo estadual.
O PSD, agora partido da governadora, conta com a maior bancada do Senado, além de 42 deputados federais. Foi também a legenda que mais elegeu prefeitos em 2024, conquistando 891 prefeituras.
A filiação de Raquel Lyra fortalece o PSD no Nordeste e amplia as perspectivas do partido para 2026. Além dela, outros governadores tucanos, como Eduardo Leite (RS) e Eduardo Riedel (MS), também são cotados para migrar para a sigla, consolidando um movimento que pode reposicionar o partido como uma das principais forças políticas do país.