Na resolução aprovada no encontro do partido na última sexta-feira, seus dirigentes escreveram: “O mau desempenho da legenda nas eleições municipais de 2024 foi causado pelo “crescimento desproporcional para R$ 50 bilhões” das emendas de congressistas”. E acrescentou: “A questão é uma distorção no orçamento público herdado do governo Bolsonaro”.
Engraçado, mas a dinheirama das emendas também não entrou nos cofres dos prefeitos petistas? Claro! E muito! Mas o PT teria que encontrar uma desculpa esfarrapada para esconder por trás dela a profunda decepção do povo brasileiro com os seus dirigentes municipais e com o próprio jeito petista de governar. Há de se registrar também que as emendas não são exclusividades do PSD, partido do Centrão campeão em número de prefeitos eleitos.
Foram modificadas, aprovadas e tramitaram no Congresso com o aval de todos os partidos, inclusive com o voto dos seus 69 deputados e nove senadores. O que o PT está vivendo, e não dá o braço a torcer, é uma corrida ao fundo do poço. Está na iminência de virar uma legenda não diria nanica, mas no futuro sem expressão alguma.
Já nas eleições de 2020, o partido só elegeu 183 prefeitos, dos quais, nenhum entre as capitais. Virou, literalmente, uma agremiação dos grotões. Em Pernambuco, por exemplo, nas eleições deste ano, só emplacou seis prefeitos, todos de pequeno porte, com exceção de Serra Talhada, município de médio porte.
No documento, o PT também diz que Lula faz “um ótimo governo” e que precisa “apenas ajustar o modo de comunicar e formar o seu povo”. O diretório defende que o presidente e ministros do governo façam mais pronunciamentos oficiais em rádio e televisão e não deixem o expediente para ser usado apenas em datas comemorativas como o 7 de Setembro. “Internamente, é nítida a percepção e o reconhecimento de que a gestão Lula tem garantido muitas conquistas populares e apresenta excelentes resultados em inúmeras áreas. Ainda mais se considerarmos o estado de destruição nacional deixado por [Jair] Bolsonaro”, destaca
Na resolução, o presidente Lula é tratado como candidato à reeleição pelo PT, que o classifica como “maior expressão” do partido. “Como candidato à reeleição, Lula, nossa maior expressão, deve recalibrar toda sua sabedoria e liderança para o mundo digital, sintonizando-as novamente para absorver anseios, frustrações e mudanças pelos quais atravessa nossa juventude. O PT está empenhado nesta causa”, diz o documento. A resolução afirma ainda que porta-vozes petistas são tímidos no debate e na disputa política contra “forças conservadoras e reacionárias”.