"Fontes diretas e próximas do Brasil me informam que o presidente Lula da Silva manipulou um suposto acidente para usá-lo como álibi para não comparecer à recente cúpula do Brics, e que essa versão não passou de uma farsa para perpetrar o veto contra a Venezuela", afirmou em um comunicado divulgado nas redes sociais.
O presidente brasileiro cancelou a viagem à Rússia para a cúpula do Brics durante esta semana por recomendação médica após sofrer um acidente doméstico em que bateu a nuca e precisou receber cinco pontos. Três dias após o acidente, a equipe médica indicou que o presidente está em situação "estável" e "apto" para exercer a rotina de trabalho.
“O que era um forte boato, infelizmente parece ser corroborado por um vídeo divulgado ontem, onde o presidente Lula é visto saudável, usando suas faculdades e agindo com total cinismo (...) Lula reapareceu sorridente e ileso, mostrando que ele usou esse 'acidente' para mentir para o Brasil, os Brics e o mundo inteiro, fato pelo qual ele deve ser investigado”, disse Saab.
Contexto: Por que o Brasil fechou as portas do Brics para a Venezuela?
O governo de Nicolás Maduro considerou "uma agressão" o veto do Brasil à
inclusão da Venezuela no novo grupo de países parceiros do bloco. O
Brics originalmente foi formado por Brasil, Rússia, China e Índia,
acrescentando a África do Sul pouco tempo depois.
Em 2023, incluiu Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes Unidos como
membros, enquanto a Arábia Saudita, também convidada, ainda não deu
seguimento ao processo de entrada. Em Kazan, 13 países foram admitidos
como parceiros do bloco, entre eles, dois latino-americanos: Cuba e
Bolívia. Também entraram Turquia, Indonésia, Bielorrússia, Malásia,
Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria, Uganda e Argélia. A
Venezuela e Nicarágua foram barradas pelo veto brasileiro.
O assessor Internacional de Lula, Celso Amorim, disse que o veto tinha
relação com uma "quebra de confiança" por parte do regime de Maduro. De
acordo com Amorim, o venezuelano prometeu a Lula divulgar as atas
eleitorais da votação de 28 de julho, na qual ele foi proclamado
presidente reeleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) — controlado
pelo chavismo — em meio a denúncias da oposição de fraude. Até o
momento, o órgão não publicou as atas, como a lei exige.
Na tentativa de pressionar o bloco, Maduro chegou de forma inesperada a Kazan na terça-feira, no dia em que começou a cúpula, contando com o apoio da Rússia de Vladimir Putin para contornar o veto brasileiro, mas a manobra não rendeu frutos.
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