Deolane Bezerra: polícia passa mais detalhes sobre operação que prendeu influenciadora

 

A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) passou mais informações, por meio de coletiva de imprensa, sobre a operação que acarretou na prisão da empresária, advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra. 

Deolane foi detida no Recife na manhã desta quarta-feira (4), sob suspeita de participação em uma operação contra jogos ilegais e lavagem de dinheiro no Recife. A mãe dela, Solange Alves, também foi presa.

Na coletiva, a corporação não elaborou sobre a participação dos suspeitos e se se limitou a descrever um pouco como a operação criminosa acontecia.

Segundo o delegado geral da Polícia Civil de Pernambuco, Renato Rocha, a organização criminosa investigada teria envolvimento com lavagem de dinheiro em jogos tanto ilegais, quanto legais, as chamadas "bets" ou empresas de aposta online. 

"A gente não vai falar dos alvos (da operação). Vamos falar do crime em si. É uma organização que tem origem no campo dos jogos ilegais, e, basicamente, tem a função e grande volume de dinheiro gerado na atividade primária para a lavagem de capitais para ter o funcionamento pleno

O delegado pontuou também que o esquema de apostas online em si já pode ser prejudicial para a população.

"Toda banca de jogo tem seu algoritmo benéfico para a banca em si. Tanto os jogos legais quanto os ilegais. Alguns recebem retorno quando são premiados, mas a grande maioria que aposta nesses jogos de azar tem prejuízo. É importante que a população tenha essa noção", pontuou.

"A organização pegava o dinheiro dessas bancas, desse lucro, para comprar os bens e imóveis apreendidos. Isso acontecia por meio de outras empresas, de fachada, para que pudessem fazer essas compras para os participantes investigados. Esse dinheiro também passava nas contas bancárias de terceiros, o que também está sendo investigado", explicou Renato Rocha.

A empresária, advogada e influenciadora digital é investigada na operação que cumpre 19 mandados de prisão, 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens, como joias, carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações.

Além do Recife, a ação acontece também em Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel e Curitiba (PR) e Goiânia (GO), e no estado de Minas Gerais - sem cidade confirmada até o momento. De acordo com a corporação, pelo menos um alvo segue foragido.

"São dezenas de imóveis, veículos e embarcações e aeronaves apreendidos. Pelo alto número de apreensões, não conseguimos precisar o quantitativo. Ao longo da semana, talvez possamos dar maiores detalhes", finalizou Renato Rocha.

A investigação foi iniciada em abril de 2023 e contou com o apoio da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública e da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).

Na execução, atuam 170 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães. A operação está sob a presidência do delegado Paulo Gondim.

Prisão
Deolane foi presa preventivamente na manhã desta quarta-feira (4), em hotel no Recife, e encaminhada para o Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), em Afogados, na Zona Oeste.

Para além dos mandados, a polícia realiza o bloqueio judicial de ativos financeiros no valor de R$ 2,196 bilhões.

Também são cumpridas outras medidas cautelares, como entrega de passaporte, suspensão do porte e cancelamento do registro de arma de fogo.

Nascida em Vitória de Santo Antão, Zona da Mata do estado, Deolane reside em São Paulo, mas está a Pernambuco para visitar a família.

Alvo de outra investigação
Deolane Bezerra foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Civil de São Paulo em 2022. À época, ela era suspeita de ter ligação com outra empresa e apostas esportivas na internet.

A corporação era investigada por "crime contra a economia popular e associação criminosa". A mesma operação também investigava o comediante Tirulipa.

Na época, Deolane chegou a sugerir que era alvo de "perseguição política" após a polícia apreender carro e joias em seu nome.

Em vídeo publicado nas redes sociais, ela afirmou que, por apoiar o então pré-candidato a presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a investigação era uma tentativa de boicote de marcas por ter se posicionado politicamente.

"Gente do céu, acabei de descer do avião e meu celular está estourado. Vou ver tudo que estão falando a meu respeito mais uma vez. É, Brasil, é sobre isso. Ter opinião política, ser verdadeira e trabalhar honestamente muitas vezes gera isso, né? Mas vamos para mais um processo", afirmou Deolane, na ocasião.

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