O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone, de São Paulo, no começo da noite de sexta-feira com o seu colega colombiano Gustavo Petro sobre a situação da Venezuela após a decisão do Tribunal Supremo de Justiça do país de validar a reeleição do presidente Nicolás Maduro.
Lula e Petro acertaram que Brasil e Colômbia vão trabalhar para
firmar, nos próximos dias, uma posição comum sobre a situação
venezuelana. A expectativa é que os dois países rejeitem a validação do
resultado da eleição.
Na quinta-feira, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano,
controlado pelo governo, validou a reeleição de Maduro, em conclusão à
perícia técnica solicitada pelo chavista poucos dias após as eleições. O
resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) havia sido
amplamente contestado pela oposição e parte da comunidade internacional.
A decisão não está sujeita a recurso.
O Brasil e a Colômbia não reconheceram o resultado da eleição venezuelana. Os dois países estavam atuando também junto com o México, logo após o pleito. Porém, desde o último dia 14, o governo mexicano decidiu se afastar das discussões com Brasil e Colômbia para que o trio assumisse posições em conjunto.
No dia 16, Lula afirmou que a Venezuela vive um regime autoritário, mas negou que o país possa ser caracterizado como uma ditadura. O presidente disse também que Maduro tentou barrar a ida do assessor especial Celso Amorim para acompanhar o processo eleitoral, mas foi dissuadido após ameaça de Lula em divulgar o assunto.
— E acho que a Venezuela vive um regime muito desagradável. Não acho que é ditadura, é diferente de ditadura, é um governo com viés autoritário, mas não é uma ditadura como conhecemos em vários países do mundo — afirmou Lula à Rádio Gaúcha, na ocasião.
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