O medicamento para disfunção erétil Viagra pode ajudar a prevenir demência, aumentando o fluxo sanguíneo no cérebro, segundo um novo estudo da Universidade de Oxford.
O princípio ativo sildenafil, presente no Viagra, aumenta o fluxo sanguíneo para o pênis, possibilitando que os homens mantenham as ereções. De acordo com os cientistas, a substância pode ter um efeito semelhante no cérebro, e assim aumentar a função cerebral.
A descoberta é importante porque pode fornecer uma nova terapia para
os pacientes que vivem com demência vascular, que é causada pela
restrição do fluxo sanguíneo para o cérebro e que tem sintomas como
confusão, problemas de concentração e dificuldade em manter o
equilíbrio.
Alastair Webb, neurologista e autor do estudo em Oxford, disse que suas descobertas representam uma inovação mundial:
“Este é o primeiro ensaio que mostra que o sildenafil entra nos vasos
sanguíneos do cérebro em pessoas com esta condição, melhorando o fluxo
sanguíneo e a capacidade de resposta destes vasos sanguíneos”, afirmou
em comunicado.
“Esses dois fatores principais estão associados a danos crônicos aos pequenos vasos sanguíneos do cérebro, que é a causa mais comum de demência vascular.”, ressaltou.
O estudo, publicado na Circulation Research, envolveu 75 participantes que sofreram um acidente vascular cerebral leve (AVC) e mostraram sinais de doença leve a moderada de pequenos vasos, que é um sinal precoce de demência vascular.
Outros estudos científicos já deram sinais de que o princípio ativo do Viagra pode ter outros fins.
Em março passado, cientistas da Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, publicaram um estudo na revista científica Journal of Alzheimer's Disease em que defendem a possibilidade de reposicionar a sildenafila também para o tratamento do Alzheimer.
A substância já é utilizada, em doses distintas, para hipertensão arterial pulmonar, vendida sob o nome comercial de Revatio.