Quem é a suspeita de ser mandante de assassinato de médico em MS

Quem é a suspeita de ser mandante de assassinato de médico em MS

 

Após o médico Gabriel Rossi, de 29 anos, ter sido encontrado morto com as mãos e pés amarrados em Dourados, no Mato Grosso do Sul, investigações da Polícia Civil apontaram Bruna Nathalia de Paiva como a principal suspeita de ser mandante do crime. Ela era amiga do profissional da saúde e mediava a participação dele em um esquema de estelionato, segundo os investigadores. 

Bruna e outros três suspeitos estão presos desde a segunda-feira, 7. De acordo com a TV Globo, ela era amiga de Gabriel e conheceu o médico quando ele ainda estava na faculdade de medicina, época em que o convidou para participar da quadrilha de estelionatários.

Policiais civil chegaram até a mulher durante as investigações, quando, sob o comando do delegado Erasmo Cubas, ouviram depoimentos de conhecidos do médico. Segundo informações obtidas pelo jornal O Globo, uma das pessoas que depôs afirmou à polícia que o profissional da saúde tinha amizade com uma moça de Minas Gerais, chamada “Bruna”, e que o relacionamento envolvia dinheiro.

Ainda durante a apuração do caso, os agentes identificaram que o celular do médico apontava para localização em Minas Gerais no dia 30, data em que ainda era considerado desaparecido. A partir de então, a polícia passou a trabalhar com a possibilidade de sequestro ou homicídio.

Conforme apurado pela Polícia Civil, era a suspeita, Bruna, que mediava a participação do médico no esquema de estelionato. Gabriel, realizando ações fraudulentas, seria o responsável por receber documentos, fazer saques e ter retorno financeiro.

"Ao que tudo indica, ele emprestava o nome dele para execução de clonagem de cartões e o rosto dele para que fosse montado ali documentos para saque de benefícios de pessoas que não existiam, que tinham morrido, que tinham benefício e não tinham conta. E ele sacava esse dinheiro nas agências e encaminhava para a Bruna, e recebia a parte dele através de cartões clonados", disse o delegado ao MSTV 1ª Edição, telejornal afiliado à Rede Globo na região. 

Ainda segundo as investigações, Gabriel teria se desentendido com Bruna durante uma das transações realizadas no esquema criminoso e que gerou uma alta quantia em dinheiro. Ela não teria aceito pagar o valor cobrado por ele, de cerca de R$ 500 mil, e ao ser cobrada decidiu planejar o assassinato do médico e contratar três pessoas para cometer o crime.

Segundo a autoridade policial, as investigações apontam que Bruna teria oferecido o valor de R$ 150 mil aos comparsas Guilherme Augusto Santana, Keven Rangel Barbosa e Gustavo Kenedi Teixeira, dando a ordem que eles matassem o médico e eliminassem todas as provas existentes contra ela no celular dele. No entanto, em depoimento à polícia, os homens afirmaram que o valor não foi pago na totalidade

"Eles confessaram o crime, disseram que foram contratados pela Bruna e receberiam os valores. Inicialmente acordou-se R$ 50 mil para cada, mas ela pagou R$ 10 mil para o Gustavo e R$ 10 mil para o Keven que dividiu com o Guilherme. Ela não teria honrado as demais parcelas da execução", afirmou o delegado em entrevista ao Dourados News

Suspeita alugou imóveis

A Polícia Civil identificou que Bruna, que morava em Minas Gerais, alugou dois imóveis em Dourados, para onde foi com os três comparsas pouco antes do desaparecimento do médico. 

Dentre os locais alugados estava o imóvel em que Gabriel foi assassinado. O espaço foi locado para 15 dias. A outra residência, no entanto, foi reservada para apenas uma noite, entre os dias 26 e 27.

Segundo o jornal, os investigadores acreditam que a suspeita pretendia ficar na cidade por apenas dois dias, por isso teria alugado esse segundo imóvel com reserva para o dia 26 e 27. A ideia, conforme aponta a polícia, era que os homens contratados matassem Gabriel e deixassem o corpo dele no local da morte por mais tempo, propositalmente, até que fosse encontrado.

Os investigadores também concluíram que Bruna não esteve no imóvel em que Gabriel foi morto, apenas estiveram no local os três comparsas que ela contratou para o assassinato. Outra descoberta da polícia é que Gabriel foi torturado e abandonado no imóvel ainda vivo. Antes disso, os suspeitos inseriram um objeto pontiagudo em sua garganta.

"Expertise em golpes", diz delegado

Segundo as investigações, Bruna mandou que os comparsas pegassem o celular de Gabriel após matá-lo e ela usou o aparelho da vítima depois do crime para abordar amigos dele, se passando pelo profissional da saúde, para pedir dinheiro. 

Ela também teria criado contas em nome do médico. "A Bruna tem expertise na questão de golpes e estelionato, ela leu todas as conversas dele, era amiga pessoal dele e criou diversos contextos com amigos para conseguir dinheiro. Ela conseguiu esvaziar a conta dele e pedir dinheiro", afirmou o delegado ao jornal O Globo.

 

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