Ação de danos morais e materiais agora corre na 12a. Vara da Justiça Federal
A audiência de conciliação entre a viúva do trabalhador que foi arrastado pelo metrô no Recife e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) havia sido marcada para o dia 23 de março de 2022, mas foi antecipada para segunda-feira (13 de dezembro). O processo de indenização por danos morais e materiais com pedido de tutela provisória de urgência, contra a CBTU, foi movido por Luana Gomes, esposa de Edson José de Lima, que faleceu depois de ficar com o corpo e as mãos presas nas portas do metrô e ter sido arrastado por entre as estações, em junho deste ano. A audiência será on-line na 12a. Vara da Justiça Federal, às 14 horas.
O caso foi acompanhado inicialmente pela 2º Vara Cível da Comarca de São Lourenço da Mata, cidade em que Luana mora atualmente com os pais e mais sete pessoas, e foi solicitado pelo advogado de defesa, especialista em indenizações e Direito da Família, Eduardo Barbosa, um pedido de tutela antecipada devido à situação psicológica frágil que Luana se encontrava, em virtude da morte do trabalhador, que foi indeferido. O advogado entrou ainda com agravo de instrumento na 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), dessa vez, concedida. O caso seguiu para a esfera Federal e aguarda o desfecho, a partir da audiência de conciliação marcada para segunda-feira.
Relembre o caso
No dia 4 de junho deste ano, o trabalhador Edson José de Lima, de 42 anos, estava voltando para casa quando, na estação de metrô Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes/PE, ficou preso pelas mãos, sendo arrastado por entre as estações. Edson chegou a ser resgatado com vida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (SAMU) e levado para o Hospital da Restauração, no bairro do Derby, mas faleceu horas depois, às 21:30h, em decorrência dos ferimentos.
Luana Gomes Teixeira há três anos
viveu com o trabalhador, com quem tinha um filho de um ano e vivia no Cabo de
Santo Agostinho, há 14km do acidente. Edson também deixou dois filhos de outro
casamento e trabalhava como autônomo, na função de armador de ferragens, para
sustentá-los. Nesse dia, ele estaria voltando do serviço para comprar leite e
fraldas para o filho menor. Ele estava com seu irmão no momento do acidente,
voltando do bairro da Várzea, na zona
Oeste do Recife. No momento, o alarme de incêndio chegou a ser ativado e as
pessoas tentaram alertar o condutor, mas o condutor não parou.
Atualmente. Luana mora com os pais e sua família, totalizando nove pessoas em uma casa, e trabalha vendendo cosméticos, que não rendem dinheiro suficiente para se sustentar ou ajudar com as despesas elevadas do dia a dia, chegando a sobreviver com R$ 50 por semana.